sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Terra de Mártires um pouco da história 'Massacre de Uruaçu'


O território são-gonçalense foi banhado com muito sangue, quando no dia 3 de outubro de 1645 ocorreu o 'Massacre de Uruaçu', onde 28 cristãos foram mortos por índios e soldados holandeses.

Jacob Rabbi, alemão a serviço do governo holandês, vivia com os índios Tapuias. Em conjunto com Paraopeba, chefe indígena convertido ao calvinismo, lideraram o massacre. Durante uma celebração, logo após a elevação da hóstia, soldados holandeses trancaram todas as portas da igreja. Já esperando estavam os índios potiguares e tapuias que invadiram o local e mataram os colonos presentes à missa. Foram praticados atos com requinte de crueldade. Alguns tiveram o direito à despedida.

A sobrevivência dependia da conversão ao calvinismo, fato rejeitado. Suas línguas foram arrancadas para que não fizessem orações católicas. Braços e pernas foram decepados, crianças partidas ao meio e muitos corpos degolados. Este foi o cenário do morticínio. Porém, todos oraram com muita fé até a morte.

O Padre Ambrósio Francisco Ferro, ainda vivo, foi muito torturado. Mateus Moreira teve seu coração arrancado pelas costas e, mesmo com todo o sofrimento, ainda pronunciou: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”. Ninguém renegou a Deus e nem a Igreja. Morreram com fé e fidelidade.

O processo de beatificação deu início em 15 de maio de 1988, quando Dom Alair Vilar iniciou o estudo sobre os Mártires de Uruaçu e Cunhaú, designando posteriormente Monsenhor Francisco de Assis Pereira o postulador da causa. No dia 5 de maio de 2000 ocorreu a beatificação oficializada em Roma, pelo Papa João Paulo II.

Em homenagem ao morticínio, foi erguido um monumento na localidade de Uruaçu, próximo aonde ocorreu o martírio, denominado 'Monumento aos Mártires', que foi inaugurado no dia 05 de dezembro de 2000 com a presença de aproximadamente 15 mil pessoas, incluindo diversas autoridades eclesiásticas e governamentais.

O local abrange uma área de dois hectares, doada pela família Veríssimo, proprietária da fazenda. O Monumento aos Mártires foi projetado pelo arquiteto Francisco Soares Junior, tendo capacidade para receber 20 mil peregrinos. Atrás do palco há um painel medindo 30 metros. O Capelão do monumento é o Padre Antônio Murilo de Paiva.

A cidade se encontra receptivo a todos que buscam reafirmar sua fé, conhecendo o local que foi palco de um grande massacre. No dia 03 de outubro é feriado estadual em comemoração ao Dia dos Mártires de Uruaçu e Cunhaú, segundo Lei Nº 8.913/2006.

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