O Papa Bento XVI presidiu,
neste domingo, na Basílica de São Pedro, a Eucaristia que encerrou o Sínodo dos
Bispos para a Nova Evangelização. Em sua homília, construída a partir da
narrativa da cura do cego Bartimeu no Evangelho de São Marcos (Mc 10, 46-52), o
Papa enfatizou a figura do cego como sendo a representação do homem moderno
que, por vezes, perdeu a visão da fé e precisa reencontrá-la na pessoa de
Jesus.
Bartimeu não era cego de
nascença, mas perdeu a vista, diz o Papa. Ele simboliza o homem que perdeu a
luz, tem consciência disso, mas ainda conserva em si a esperança de que alguém
possa lhe trazer novamente a possibilidade de ver. E este alguém seria Jesus
Cristo, luz do mundo e que tem o poder de restituir no homem a capacidade de
ver.
Para o Papa, o primeiro
passo é reconhecer-se cego. Ou seja, reconhecer-se necessitado de Deus, da sua
cura, da sua luz. Do contrário, o homem permanece cego e miserável
contentando-se com as pobres esmolas que o mundo paganizado lhe oferece.
Citando Santo Agostinho, o
Papa observa que há riquezas invisíveis que o homem pode perder durante a vida.
Os homens “perderam a orientação segura e firme da vida e tornaram-se, muitas
vezes inconscientemente, mendigos do sentido da existência”, diz Bento XVI.
Esse homem que, segundo o
Papa, tornou-se “mendigo do sentido da existência”, é o mais necessitado da
Nova Evangelização que “pode voltar a abrir os seus olhos e ensinar-lhes a
estrada.”
Ao falar da Nova
Evangelização, Bento XVI, sublinhou três linhas pastorais que emergiram do
Sínodo. São elas: Sacramentos da iniciação cristã; a missão ad gentes e o
terceiro aspecto ligado às pessoas batizadas que, porém, não vivem as
exigências do Batismo.
“A Igreja procura lançar mão
de novos métodos, valendo-se também de novas linguagens, apropriadas às
diversas culturas do mundo, para implementar um diálogo de simpatia e amizade
que se fundamenta em Deus que é Amor”, salientou o Papa, a respeito da
necessidade de se viver uma evangelização que percorra caminhos renovados.
Bento XVI encerrou a homilia
referindo-se ao cego Bartimeu que fez a experiência do encontro com Jesus
Cristo e tornou-se discípulo do Mestre. Assim, terminou o Papa, “são os novos
evangelizadores: pessoas que fizeram a experiência de ser curadas por Deus,
através de Jesus Cristo. Eles têm como característica a alegria do coração, que
diz com o Salmista: O Senhor fez por nós grandes coisas; por isso, exultamos de
alegria. (Sal 126/125, 3).”