O Dia de Finados é o
dia da recordação especial e da celebração da vida eterna das pessoas queridas
que já faleceram. É o Dia do Amor, porque amar é sentir que o outro não morrerá
nunca. É celebrar essa vida eterna que jamais terminará. Pois, a vida cristã é
viver em comunhão íntima com Deus, agora e para sempre. O Senhor Jesus é quem
nos assegura: “Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim, mesmo que
morra, viverá” (Jo 11, 25).
Desde o século 1º, os
cristãos rezam pelos falecidos; costumavam visitar os túmulos dos mártires nas
catacumbas para rezar pelos que morreram com ou sem martírio. No século 4º, já
encontramos a Memória dos Mortos na celebração da missa. Desde o século 5º, a
Igreja dedica um dia por ano para rezar por todos os mortos, pelos quais
ninguém rezava e dos quais ninguém se lembrava. Até antes de Cristo, no Antigo
Testamento, a dignidade dos mortos e a sua lembrança nas celebrações é exaltada
conforme nos informa o II livro dos Macabeus: “Em seguida, Judas fez uma
coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se oferecesse
um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de sua
crença na ressurreição, porque, se ele não julgasse que os mortos
ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. Mas, se ele
acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente, era esse
um bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um sacrifício expiatório
para que os mortos fossem livres de suas faltas” (II Mac 12, 43-45).
Nos livros de Tobias
e Jó, também encontramos preciosas referências: “Quando tu oravas com lágrimas
e enterravas os mortos, quando deixavas a tua refeição e ias ocultar os mortos
em tua casa durante o dia, para sepulta-los quando viesse a noite, eu
apresentava as tuas orações ao Senhor” (Tb 12,12). E observando o livro de Jó,
pérola da literatura sapiencial, vê-se que seus filhos foram purificados pelo
sacrifício oferecido pelo seu pai. Como duvidaremos de que nossas oferendas
pelos mortos lhes proporcionem alívio? (cf Jó 1,18-20).
Portanto, a Santa
igreja de deus nunca se acomodou perante o dever de oferecer sufrágios e preces
pelos seus filhos que se foram.
Desde o século XI, os
Papas Silvestre II (1009), João XVIII (1009) e Leão IX (1015) fizeram questão
de que as comunidades dedicassem um dia
por ano aos mortos.
A partir o século
XIII, esse dia anual dos fiéis defuntos é comemorado no dia 2 de novembro,
porque no dia 1º de novembro celebra-se a solenidade de "Todos os
Santos".
O Dia de Todos os
Santos celebra todos os que morreram em estado de graça e não foram
canonizados. O Dia de Todos os Mortos celebra todos os que morreram sem a plena
amizade com Deus e não são lembrados na
oração.
Vivamos com
intensidade este dia de saudade e recordação e que tanto nos inspira a piedade
cristã.
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