terça-feira, 23 de outubro de 2012

HISTÓRIA E SIGNIFICADO DO DIA DE FINADOS


O Dia de Finados é o dia da recordação especial e da celebração da vida eterna das pessoas queridas que já faleceram. É o Dia do Amor, porque amar é sentir que o outro não morrerá nunca. É celebrar essa vida eterna que jamais terminará. Pois, a vida cristã é viver em comunhão íntima com Deus, agora e para sempre. O Senhor Jesus é quem nos assegura: “Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim, mesmo que morra, viverá” (Jo 11, 25).
Desde o século 1º, os cristãos rezam pelos falecidos; costumavam visitar os túmulos dos mártires nas catacumbas para rezar pelos que morreram com ou sem martírio. No século 4º, já encontramos a Memória dos Mortos na celebração da missa. Desde o século 5º, a Igreja dedica um dia por ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém se lembrava. Até antes de Cristo, no Antigo Testamento, a dignidade dos mortos e a sua lembrança nas celebrações é exaltada conforme nos informa o II livro dos Macabeus: “Em seguida, Judas fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição, porque, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente, era esse um bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas” (II Mac 12, 43-45).
Nos livros de Tobias e Jó, também encontramos preciosas referências: “Quando tu oravas com lágrimas e enterravas os mortos, quando deixavas a tua refeição e ias ocultar os mortos em tua casa durante o dia, para sepulta-los quando viesse a noite, eu apresentava as tuas orações ao Senhor” (Tb 12,12). E observando o livro de Jó, pérola da literatura sapiencial, vê-se que seus filhos foram purificados pelo sacrifício oferecido pelo seu pai. Como duvidaremos de que nossas oferendas pelos mortos lhes proporcionem alívio? (cf Jó 1,18-20).
Portanto, a Santa igreja de deus nunca se acomodou perante o dever de oferecer sufrágios e preces pelos seus filhos  que se foram.
Desde o século XI, os Papas Silvestre II (1009), João XVIII (1009) e Leão IX (1015) fizeram questão de que as comunidades dedicassem  um dia por ano aos mortos.
A partir o século XIII, esse dia anual dos fiéis defuntos é comemorado no dia 2 de novembro, porque no dia 1º de novembro celebra-se a solenidade de "Todos os Santos".
O Dia de Todos os Santos celebra todos os que morreram em estado de graça e não foram canonizados. O Dia de Todos os Mortos celebra todos os que morreram sem a plena amizade com Deus  e não são lembrados na oração.
Vivamos com intensidade este dia de saudade e recordação e que tanto nos inspira a piedade cristã.

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