“Foi-te revelado, ó homem, o que é o bem, e o que o Senhor exige
de ti: principalmente praticar a justiça e amar a misericórdia, e caminhar
solícito com teu Deus” (Mq 6, 8).
Como
aos judeus, Jesus nos fala hoje, não como a quem não conhece a Lei, mas como
pessoas que já viram o sinal de Jonas. Tivemos acesso aos sinais e prodígios
que nos foram narrados nas Escrituras Sagradas. Ouvimos as pregações sobre a
fuga do Egito, de como o Senhor tirou o seu povo da casa da escravidão.
Experimentamos isso em nossas vidas, pois essa libertação acontece também em
nossas vida hoje. Porém, mesmo assim, não cremos e buscamos sinais milagrosos.
Qual
é a condição necessária para sermos fiéis a Jesus Cristo?
Já
conhecemos o bem, que nos foi revelado nas Escrituras, por isso, Jesus nos
chama à praticar a justiça e amar a misericórdia, a caminhar com Deus. Hoje,
mais do que os judeus somos devedores destas obras. Pois, eles tiveram acesso à
Antiga Aliança, mas nós tivemos acesso a esta e também à Nova Aliança. Se Jesus
negou um sinal aos escribas e fariseus, com muito mais direito deveria negar um
sinal a nós, que tivemos ao Novo Testamento.
Diante
de tudo que nos foi revelado pelo Evangelho e pela Tradição da Igreja, não
podemos ainda exigir de Deus sinais, pois, a entrega de Jesus no Calvário é o
sinal mais eloquente que se pode dar. Porque o sinal de Jesus não ficou na sua
morte. Como Jonas ficou três dias no ventre do peixe e foi conduzido à Nínive,
Jesus ficou três dias na região da morte e ressuscitou para nos chamar à
conversão (cf. Mt 12, 40). Somente com um coração convertido é possível
praticar verdadeiramente a justiça, amara a misericórdia e caminhar com Deus.
Jesus,
da sua parte, entregou-se inteiramente à vontade do Pai. Mas, mesmo assim, como
os judeus, não somos capazes de acolher a Palavra de Deus e realizar as Suas
obras. Jesus sabia disso, por isso nos deu Maria por Mãe. Somos chamados a
levar Nossa Senhora para casa e, como Jesus na casa de Nazaré, deixar-nos
formar por ela. Maria, que formou a carne, a inteligência, a vontade, a alma
humana de Cristo, saberá nos formar, nos modelar à imagem de Seu Filho.
Façamos
como Nosso Mestre e Senhor, que se fez pequeno e se entregou inteiramente aos
cuidados da Virgem Maria. Deixemo-nos amar, educar, formar por ela. Façamos
essa experiência de receber o seu amor de Mãe, para aprendermos a amar, como
amou seu Filho Jesus. Na escola de Maria aprendemos a amar na cruz das
angústias, dos sofrimentos, das perseguições, do martírio. Na escola de Maria
aprendemos a praticara justiça, amar a misericórdia e a caminhar com Deus.
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