arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa |
Vários são os problemas de cunho social, econômico ou
religioso que afetam o mundo hoje e a Igreja, em sua missão confiada por
Cristo, está atenta a todos eles. Independente se a situação é de guerra, fome,
liberdade religiosa, o foco da ação caritativa da Igreja está voltado para a
pessoa humana.
Esse cuidado com o ser humano é um dos pontos destacados
pelo arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, quando o assunto é a maior
urgência para a qual a sociedade demanda uma solução hoje.
O arcebispo explicou que a Igreja costuma dar respostas a
essas necessidades, sendo cerca de 60 situações de urgência e emergência por
ano, entre guerras, tempestades e furacões, por exemplo.
“Eu diria que a maior atenção está com a pessoa humana,
com o filho de Deus e a dignidade e tudo aquilo que isso signifique. Então não
é um problema só. É só a fome? São as guerras? São os desastres naturais? Não,
é a pessoa humana. Onde a pessoa humana precisa da presença da Igreja, então
ela vai”, disse.
Mas se a pessoa humana encontra dificuldades, nem sempre
o próprio ser humano está disposto a ajudar aqueles que mais precisam, uma vez
que estão inseridos em um mundo onde a solidariedade nem sempre tem destaque.
Diante desta realidade, Dom Alberto acredita que em
muitos lugares já se perdeu totalmente esse senso caritativo, o valor da vida.
“Pensemos na violência no Brasil. Não temos guerra declarada, mas temos uma
verdadeira guerra urbana nos grandes centros do país, nas cidades, também no
campo”.
Segundo o arcebispo, isto é consequência da perda do
sentido da vida humana, do valor da dignidade humana, da justiça, da paz.
"É claro que isso acontece de uma forma muito clara em nosso mundo e
precisamos estar atentos a isso e a Igreja quer 'nadar contra a correnteza' por
causa do valor que Deus dá à vida humana".
Pontifício
Conselho Cor Unum
Para dar atenção a tantos problemas, a divisão em
Congregações, Conselhos e Comissões é o que ajuda a Igreja a se organizar.
Especificamente sobre assuntos relacionados à caridade, a Igreja conta com o
Pontifício Conselho Cor Unum (Único Coração), que organiza a prática da
caridade na Igreja.
“Através do Conselho Cor Unum, a Igreja vai ao encontro
de situações difíceis”, disse Dom Alberto. Ele citou como exemplo a visita que
o presidente deste Pontifício Conselho, Cardeal Robert Sarah, fez recentemente
à Síria, em virtude da situação de conflitos no país.
“Ligado a esse Conselho, existem fundações e outros organismos.
Por exemplo, por 14 anos eu fui membro do Conselho da Fundação Populorum
Progressio, que cuida da caridade do Papa para a América Latina e para o
Caribe”.
Depois de passar mais de uma década participando de ações
caritativas nesta fundação, Dom Alberto recebeu um novo desafio: no dia 27 de
outubro, ele foi nomeado pelo Papa Bento XVI como membro do Pontifício Conselho
Cor Unum. Em janeiro de 2013, ele
participará da primeira reunião junto ao Conselho, para conhecer de perto as
necessidades e saber o papel que vai desempenhar.
“Para minha surpresa, eu recebi esta nomeação para o
Pontifício Conselho Cor Unum. Tudo que signifique confiança da Igreja,
especialmente do Papa, é claro que alegra o coração da gente. E como eu disse
sim a Deus e à Igreja na minha vida, eu nunca posso voltar atrás nessa minha
resposta positiva ao que a Igreja me pede e minha resposta, é claro, foi
positiva".
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